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Governador cria Rede Estadual de Combate ao Crack

campanha_crack11Eduardo Campos, Governador de Pernambuco, lançou ontem (26) no Palácio das Princesas, o Plano de Ações Sociais Integradas de Enfrentamento ao Crack, além disso, assinou decreto criando a Rede Estadual de Combate ao Crack. A idéia do Governo é promover debates e articulações entre entidades governamentais e não-governamentais, unindo ações sobre a problemática das drogas.

O Plano de Enfrentamento ao Crack, constitui-se por um conjunto de ações empenhando oito secretarias do Estado. Possui 18 temas principais, cobrindo um conjunto de ações diferentes nas áreas de proteção, tratamento e inclusão sócio-produtiva. Serão investidos mais R$ 55 milhões por ano, começando por R$ 15 milhões já este ano. As ações beneficiarão diretamente cerca de 17 mil usuários e dependentes de drogas ao mês, destes, 3,5 mil ficarão em estado de internação em todas as regiões de desenvolvimento de Pernambuco.

Da redação do blog de Alvinho Patriota por Chico Gomes com informações do Diário Oficial de Pernambuco

Governo lança plano integrado de combate ao crack

campanha_crack1Considerado uma situação crônica no país, sobretudo nos grandes centros urbanos, o governo federal decidiu combater de frente o problema do crack. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quinta (20) decreto que cria o Plano Integrado para Enfrentamento do Crack, prevendo o treinamento das equipes de saúde e tratamento dos usuários da droga, dando ênfase aos estudos sobre o crack.

Para viabilizar as atividades, o governo anuncia o investimento ainda este ano de R$ 410 milhões para o combate ao uso da droga no país. “Precisamos acabar com o ‘achismo’ e entender com precisão o problema do crack”, afirmou Lula.O plano vai envolver treinamento de profissionais na rede pública de saúde e assistência social para atender os usuários e a família.

Permitirá a prevenção e o tratamento de usuários e a reinserção social. Além disso, contempla ações de caráter estruturante com estudo aprofundado e em conjunto com universidades e centros de pesquisa sobre os efeitos do uso da droga e seus efeitos econômicos.

Durante o ato da assinatura, Lula citou a elaboração de estudos aprofundados sobre as consequências do uso do crack e o impacto econômico, além do mapeamento das rotas do tráfico.

“Sabemos que não é uma droga de rico, é mais para pobre, e sabemos que ela está sendo utilizada nas pequenas cidades. É uma droga mais barata e está tendo um efeito devastador. Vamos tentar encontrar um jeito de jogar muito duro para combater o crack em parceria com os prefeitos. Queremos a participação das igrejas, dos sindicatos”, disse Lula, durante o anúncio.

Fonte: Vermelho

Senadores dizem que Ministério da Saúde é omisso em relação ao crack

crackA ausência de estatísticas oficiais e de repasse de verbas do governo federal para os centros de recuperação de usuários de drogas são os principais entraves no combate ao crack, na opinião da maioria dos senadores que participaram hoje (11) de uma audiência pública para discutir o avanço e os riscos do consumo da substância.

O senador Flávio Arns (PSDB-PR) destacou que atualmente os centros de recuperação de usuários precisam se manter financeiramente com apoio da iniciativa privada ou de verba municipal. “As comunidades terapêuticas recebem 0% de recursos públicos federais”, afirmou. A vice-presidente da Frente Parlamentar de Combate ao Crack, a senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), reforçou a ideia. “Só as prefeituras fazem sua parte, o ministério é omisso.”

Segundo o assessor técnico da Coordenação de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, Francisco Cordeiro, atualmente o órgão se baseia em pesquisas da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e de outros institutos, mas há uma investigação do próprio ministério em andamento para identificar o perfil do usuário de crack no país.

Desde o lançamento do Plano Emergencial de Ampliação de Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e Outras Drogas, em julho de 2009, a pasta elaborou 34 projetos de consultórios de rua e criou 52 novos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), clínicas que atendem pacientes com problemas de saúde mental.

As ações, no entanto, foram criticadas pelos parlamentares. Para a senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), o Ministério da Saúde deveria pensar em estratégias exclusivas para usuários de droga em vez de tratá-los como pacientes com distúrbios mentais. “O ministério está fazendo algo ineficiente e inadequado. O Caps ou um hospital psiquiátrico não podem dar ajuda a um dependente que precisa de internação em tempo integral”, defendeu.

Fonte: Agência Brasil

Brasil tem mais de um milhão de viciados

102391O número de usuários de crack hoje no Brasil está em torno de 1,2 milhão e a idade média para início do uso da droga é 13 anos. Os dados foram apresentados anteontem pelo psiquiatra Pablo Roig, durante o lançamento da Frente Parlamentar Mista de Combate ao Crack, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Roig é especialista no tratamento de dependentes do crack. O número é uma estimativa feita com base em dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Os especialistas presentes na audiência apontaram que os países gastam de 0,5% a 1,3% do PIB com o combate e tratamento ao uso de droga. O consumo de crack no País é comparada a uma epidemia. De longe, é a droga que mais se alastra, atingindo atualmente todas as camadas da sociedade.

A Frente Parlamentar recém-criada pretende discutir propostas emergenciais que impeçam o crescimento do uso da droga no país, assim como as formas de tratar os dependentes.

O avanço do crack tem despertado ações de todos os lados. No início da semana o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) discutiu diretrizes de uma campanha nacional de prevenção ao uso de drogas, em especial do crack, que será lançada em breve. O foco será a pevenção.

A fase inicial da campanha prevê uma campanha publicitária com foco na prevenção. Uma segunda etapa deverá definir métodos para que o trabalho se perpetue, tendo os juízes como agentes de mobilização de entidades civis, profissionais que já atuam nessa área de combate às drogas e cidadãos interessados em desenvolver esse trabalho com os jovens.

O governo federal também prepara um um plano nacional interministerial de combate ao uso de drogas, solicitado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o ministro, não há um prazo para que o plano seja lançado, mas deve sair “o mais rápido possível”. O projeto está sendo elaborado por várias pastas, entre elas os ministérios da Saúde, Educação e Justiça. 

Fonte: Bem Paraná

Criança leva pedras de crack para creche

foto_4478_600400indexUma menina de 4 anos levou para a creche em Piracicaba, no interior de São Paulo, pouco mais de 80 pedras de crack. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, na segunda-feira, 3, a menina tirou 83 pedras de crack da mochila para mostrar para as coleguinhas de uma creche municipal, dizendo que era “farinha” da sua mãe. A professora recolheu as pedras, que foi levada para a delegacia. Segundo a polícia, as pedras totalizavam 24,1 gramas.

A mãe da menina, uma faxineira de 22 anos, foi localizada e conduzida até a sede da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) e foi autuada em flagrante por tráfico de entorpecentes. Enquanto o flagrante era elaborado, um telefonema da escola informava que dois homens chegaram num carro e começaram a coagir professores e funcionários com gritos e ameaças.

Os guardas civis voltaram à escola e abordaram o carro, que estava estacionado nas imediações, com dois ocupantes. Os dois suspeitos saíram correndo do carro, mas um pedreiro de 48 anos acabou detido e autuado em flagrante por coação no curso do processo (por ter gritado e ameaçado as testemunhas).

A criança foi entregue ao Conselho Tutelar do município. O pedreiro foi levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Piracicaba e a faxineira está numa carceragem pública, à disposição da Justiça.  

Fonte: Agência Estado

Adolescente acorrentado pela mãe será internado em clínica para tratar vício

clinicaO adolescente de 13 anos que foi acorrentado dentro de casa pela mãe para mantê-lo longe do vício no crack será internado em uma clínica de Sumaré, a 118 km de São Paulo. O tratamento foi oferecido pelo dono da clínica, e o transporte será realizado pela Prefeitura de Piracicaba, a 162 km da capital paulista, onde a família mora. A previsão é de que o adolescente seja removido nesta quinta-feira (18).

A mãe do garoto esteve no Conselho Tutelar e foi informada sobre a clínica que ofereceu o tratamento de graça para a família. “Uma pessoa que prefere não se identificar, que é diretor de uma clínica, nos ligou oferecendo o tratamento para o adolescente, inclusive ele deixou claro que esse tratamento deve ser extensivo a toda a família”, contou a conselheira tutelar Zélia dos Reis.

A prefeitura se responsabilizou por fazer o transporte. A mãe está aliviada e disposta a participar do tratamento. “Vou fazer tudo por ele, lógico, porque a gente não dorme mais com ele. Ele fica a noite inteira usando droga, ele sai, volta depois de três dias com um monte de drogas dentro de casa”, disse ela, que não quis se identificar.

Ela diz que o filho está sob efeito de remédios e mal conseguiu conversar. “Ele está bem, dormindo, ele come, dorme, só isso que ele faz, que o remédio dele é muito forte. Falei com ele que ele vai ser internado, ele falou que ele quer”

O menino de 13 anos foi acorrentado pela própria mãe como ultimo recurso para mantê-lo longe das ruas e do vício do crack. O consumo da droga era pago com pequenos furtos praticados há um ano.

Do G1, com informações do Bom Dia São Paulo

Desesperada, mãe acorrenta filho de 13 anos viciado em crack em Piracicaba, SP

sp_acorrentadoSem políticas públicas, sem ação do Estado, sem opção. Desesperada, a mãe de um adolescente viciado em crack usou um último recurso: acorrentou o filho em casa em Piracicaba, a 168 km de São Paulo. A mãe vai responder a processo por maus tratos. Ela justifica a posição de acorrentar o adolescente como uma única forma de tentar tirar o menino do vício. Segundo a mulher, o adolescente ainda pratica furtos para sustentar o vício do crack.

– Ele já tentou fugir pelo teto e fica muito nervoso quando acorda (após consumir a droga). Eu não aguento mais esta situação. Eu quero que alguém me ajude – afirmou a mãe.

– É difícil. Dói ver ele assim todo dia, assim acorrentado, sem comer. Quando come, vomita por causa da droga. Tem vez que ele fica três dias dormindo assim direto – desabafa.

Quando o garoto acorda, segundo a mãe, ele fica muito agressivo. Para tentar fugir, já quebrou móveis e portas. O consumo da droga é pago com pequeno furtos praticados há um ano.

– A polícia já chegou aqui na porta da minha casa. Falei para o policial que ele estava acorrentado. Ele falou: infelizmente ele vai morrer na mão de bandido ou vai morrer na nossa mão – conta a mãe.

Quando tomou conhecimento do caso, o Conselho Tutelar levou o menino para o hospital. A mãe foi encaminhada para o distrito policial. Na delegacia, a mãe teve que assinar um termo circunstanciado. Isso acontece quando alguém é acusado por um crime considerado leve. Por ter acorrentado o próprio filho ela vai responder a um inquérito de maus tratos. Se condenada, pode ficar presa por um ano e quatro meses.

– Não é maus-tratos. Se tiver que acorrentar de novo eu acorrento. Prefiro fazer isso a vê-lo morto – avisa a mãe.

Fonte: O Globo

Governo vai criar grupo de combate ao uso do crack no País

crack-15O secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, anunciou nesta sexta-feira (26), no Rio, que o governo federal vai criar um grupo de policiais de todo o País para discutir especificamente as formas de combate ao crack. “A polícia brasileira, com toda a boa intenção, não tem know-how para o combate ao crack”, disse, durante reunião da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia. Em um mês, essa força-tarefa com policiais civis, militares e guardas municipais começará a trabalhar.

Segundo ele, a polícia brasileira tem competência para combater o tráfico de cocaína. “O crack é o lixo da cocaína, mas tem de ser tratado de forma diferenciada. Ele tem características de distribuição diferentes de todas as outras drogas. Normalmente, no Brasil se vai a um ponto para comprar drogas. E o crack é diferente, é vendido nas ruas. Ele está presente no conjunto da sociedade. É uma droga de venda pequena e de baixo valor, disseminada entre as classes populares.”

Balestreri relatou ainda que nos Estados Unidos há uma queda na venda de crack. “É uma droga que vicia e mata muito rápido. Os traficantes americanos chegaram à conclusão de que é ruim para os negócios. Nós ainda não estamos nessa fase no Brasil. É preciso atuar fortemente na repressão.”

O secretário acredita que o consumo não está restrito a grandes cidades, como São Paulo e Rio. “O crack está infiltrado nas pequenas cidades também. Estamos tendo uma verdadeira eliminação da juventude.”

Fonte: Agência Estado

Central telefônica usada para a venda de crack no Sertão

Uma central telefônica para fornecimento de drogas, principalmente crack, foi desarticulada, na manhã dessa terça (22), por agentes da Polícia Civil da Delegacia de Afogados da Ingazeira, município localizado no Sertão do Pajeú, a 379 quilômetros do Recife. No local, no centro da cidade, os policiais prenderam nove pessoas envolvidas com tráfico de entorpecentes. Os “traficantes online”, como foram denominados pela Polícia Civil, eram comandados por José Serafim da Silva, 34 anos. Também foram presos Alexsandro da Silva Lima, 25, Jacilene Batista de Lima, 36, Geraldina Maria da Silva, 36, Maria Aparecida Serafim Nicácio, 20, José Renato Lima Queiroz, 18, Wagner Pereira da Silva, 22, Edmilson Pereira Nunes, 41, e Deocleciano Estevão, 43.

Segundo informações da polícia, uma parte do bando recebia a droga e dava proteção à boca-de-fumo. “Os demais atendiam os pedidos na central, ora de dependentes, ora de traficantes menores, agendando as entregas dos entorpecentes”, explica o comunicado da assessoria de comunicação da Polícia Civil.

No início da noite de ontem, as mulheres foram encaminhadas ao Presídio de Buíque, no Agreste, e os homens, à Cadeia Pública de Afogados da Ingazeira.

Fonte: JC online

Frente Parlamentar do Recife atua contra o Crack

crack-15Nesta quinta-feira (17), a Frente Parlamentar do Recife de Combate ao Crack realizará uma reunião na Câmara Municipal, com participação de ONGs, Conselhos de Defesa da Criança e do Adolescente, Conselhos Tutelares e o Conselho Municipal sobre Álcool e outras Drogas.

O presidente da Frente, Luiz Eustáquio (PT), afirmou que em menos de 15 dias de atividades, a entidade já se reuniu com os representantes das principais pastas que têm programas relacionados com a problemática das drogas.

Já na sexta-feira (18), será realizada uma reunião com o secretário de Defesa Social, Servilho Paiva, com a intenção de criar uma agenda propositiva com os poderes municipais, estaduais e a sociedade civil para estabelecer políticas públicas mais eficazes de combate ao Crack.

A Frente é composta pelos presidentes de cinco comissões temáticas da Câmara do Recife: Aline Mariano (Comissão Direitos Humanos); Marília Arraes (Comissão de Juventude); Antônio Luiz Neto (Comissão de Educação); Marcos Menezes (Comissão de Segurança) e Luiz Eustáquio (Comissão de Saúde).

Escrito por Fabiana gonçalves

Ministério lança campanha nacional de prevenção ao uso de crack

crianca-fumando-crack-no-rj-_O aumento acentuado do consumo de crack no país levou o Ministério da Saúde a lançar nesta quarta-feira a Campanha Nacional de Alerta e Prevenção do Uso de Crack. O objetivo do governo é fazer com que os jovens sejam conscientizados a não consumir a droga – um subproduto de cocaína vendido a preço baixo – por causa de seu alto poder de dependência e da grande dificuldade de recuperação, além do risco de morte.

A campanha vai divulgar dois filmes na TV, com duração de 30 segundos, em rede nacional e em 14 emissoras regionais. Também foram produzidas duas peças para o rádio: um jingle de 60 segundos, alertando sobre os perigos do crack, e um spot de 30 segundos. Cinemas, jornais, revistas e sites tabém vão divulgar a campanha.

Fonte: Agência Brasil

Suspeito é autuado com 284 trouxas de crack

presoSuspeito de tráfico de drogas é preso em flagrante, na rua 20, no bairro de São Gonçalo, em Petrolina, na última quinta-feira (10). Paulo Roberto Santos Silva, 24 anos, estava com 284 trouxas com pedras de crack. Ainda estava de posso de balança de precisão, um aparelho de telefone celular, R$ 437 em espécie, e R$ 66,65 em moedas.

Junto com ele, dois adolescentes foram autuados: uma garota de 15 anos, companheira do suspeito, e um rapaz de 17 anos, que fazia o transporte das drogas. A polícia chegou até a casa de Paulo após denúncias anônimas de que havia comercialização de drogas no local. O suspeito foi encaminhado ao presídio Doutor Edvaldo Gomes, em Petrolina, e o jovem que fazia o transporte foi levado para a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). A adolescente foi entregue à família.

Fonte: PE 360

Operação apreende 1,45 kg de crack e 17 armas de fogo em Pernambuco

A Companhia Independente de Operações na Área da Caatinga (Ciosac) encerrou nesse sábado (5) uma operação que apreendeu 1,45 kg de crack em Caruaru, no Agreste do Estado, e 17 armas de fogo em Serra Talhada e Afogados da Ingazeira, no Sertão.

A droga estava escondida dentro de uma boneca de brinquedo guardada numa caixa. Foram detidos Andre Santiago da Silva Vulgo, 26 Anos, e Luciana Eloi Gomes, 19, que vinham da comunidade da Bomba do Hemetério, Zona Norte do Recife. O crack era proveniente de São Paulo.

BALANÇO – Em conjunto com batalhões da Polícia Militar da Zona Rural de Caruaru, a Ciosac também apreendeu entre os dias 1 e 5 de dezembro, 17 armas de fogo. Entre elas, três espingardas de cartucho, uma pistola calibre 7,65, um rifle calibre 44 e sete espingardas do tipo retro-carga.

As armas foram encontradas nos municípios de Serra Talhada e Afogados da Ingazeira. A Ciosac ainda não informou a quantidade de pessoas apreendidas com as armas na operação.

Fonte: JC online

Polígono da maconha agora é do crack

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Fábio Oliveira, médico que atua no interior pernambucano: "De dois anos para cá, a frequência de viciados com o crack aumentou muito" Foto: Denílson Carvalho/CB

Salgueiro (PE) – A maconha saiu de moda. Território do Sertão pernambucano conhecido nacionalmente pela produção e comércio da erva, o Polígono da Maconha vive agora a era do crack. As pedras entram nas casas, destroçam famílias, encaminham jovens para unidades de tratamento de doentes mentais. Em Salgueiro, terra quente e seca a 518km do Recife, o crack substitui ou complementa o uso de álcool e de maconha, mas ainda é uma palavra proibida. As famílias dos usuários e os dependentes respeitam a lei do silêncio imposta pelos traficantes sertanejos. Temem também uma morte social, causada pelos olhares enviesados dos vizinhos, carregados de julgamento.

Fenômeno semelhante ocorre em outros municípios mais movimentados do polígono, como Serra Talhada e Floresta. Na geometria da região, Salgueiro sempre se destacou pela localização estratégica para o tráfico. Faz divisa com nove municípios, um deles Pena Forte, no Ceará, e ainda é caminho para o Piauí. Por conta disso, é a única cidade do sertão que tem uma unidade da Polícia Federal.

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João, que conheceu o crack na cadeia e acabou viciado: "Minha mãe precisou vender a casa para pagar as dívidas com os traficantes". Foto: Inês Campelo/DP/D.A Press

A situação também justificou a instalação no município da sede da Operação Mandacaru, entre 27 de novembro de 1999 e 18 de janeiro de 2000. A ação visava principalmente o combate ao plantio e ao tráfico de maconha. O tempo tratou das mudanças e hoje já se houve falar que Salgueiro é a capital do crack no Sertão. “O consumo de crack está igual ao de maconha por aqui. E atingiu todas as classes sociais”, alerta a delegada municipal de Salgueiro, Antônia Erandy.

Marcos* tem 28 anos. Toma dois tipos de remédios controlados. Explica que um é para dormir e o outro é para ficar calmo. Não sabe ao certo quantos dias passou internado em um dos leitos psiquiátricos do Hospital Regional Inácio de Sá, em Salgueiro. No auge da dependência do crack, transformou-se. De jovem trabalhador, tentou matar a família de oito irmãos. Precisou ser amarrado. “Vi muita violência em casa. Peço a Deus todo dia nunca mais ver o que vi. Meu filho ficou louco. Nunca tinha visto isso”, lembra a mãe de Marcos. Agora ele tenta reconstruir a vida, mesmo sob a ameaça constante da fissura pela droga. “Passei seis meses usando. Tremia todo, via as pessoas em cima de mim. Tenho muito amigo que quer sair da droga e não consegue. Tem que internar se quiser ficar curado.”

Marcos é parte de um drama que no Sertão pernambucano é ainda mais difícil ser enfrentado: em Salgueiro, município de quase 56 mil habitantes, por exemplo, falta estrutura de tratamento específico para dependentes. Na região, os usuários só podem contar, em momentos de crise, com o Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) Rasga Tristeza, que é específico para pessoas com transtornos mentais acima de 18 anos. Além disso, há cinco leitos psiquiátricos no hospital regional.

O serviço é considerado mínimo por especialistas. “Há cinco anos, o número de pacientes viciados em crack que nos procurava era praticamente nulo. De dois anos para cá, a frequência aumentou muito”, avisa o médico Fábio Oliveira, que atende nas duas unidades. Apesar da certezade que os casos se multiplicam, a subnotificação ainda é alta nos Postos de Saúde da Família (PSF). “O preconceito é grande e os usuários não revelam o uso por preconceito ou medo dos traficantes”, comenta Claudilene Novaes, coordenadora do Caps.

Hoje a população conta com o próprio esforço e sorte na luta contra o crack. A mão no peito resume o tamanho da dor de Neide*, mãe de um adolescente de 14 anos dependente da droga. Ela diz que tem vergonha de falar sobre o problema do filho e chora. “É muito triste ver um filho assim e não poder fazer nada. Ele fica deitado em uma rede, drogado, parece que tá doente. Tem muita mãe nessa situação em Salgueiro”, relata, entre lágrimas.

*Nomes fictícios

Fonte: Diário de Pernambuco