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Patroas: mulheres representam 45% dos microempreendedores individuais no Nordeste

Iniciar um negócio exige sempre muita coragem, mas não só isso, é preciso também muita dedicação. Para as mulheres, o desafio é ainda maior, já que comumente elas têm que conciliar o tempo entre o trabalho e a família, além da vida pessoal. Na região Nordeste, 45,1% dos Microempreendedores Individuais (MEIs) são mulheres, o que mostra a importância do empreendedorismo feminino para o desenvolvimento econômico e social da região e para a renda familiar.

De acordo com dados coletados pela Agência Tatu, junto ao Ministério da Fazenda, os principais segmentos onde mulheres atuam como microempreendedoras individuais são no comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios (12.6%) e no ramo de serviços, como cabeleireiras (10%). Veja a seguir a distribuição das empreendedoras por estado da região.

Programas públicos que incentivam a atuação feminina em pequenos negócios se mostram fundamentais para as empreendedoras que precisam aprimorar seu trabalho. O Banco da Mulher Empreendedora de Maceió é um exemplo de iniciativa que busca impulsionar o empreendedorismo feminino.

Segundo a Prefeitura da capital alagoana, o auxílio concedido será entre R$ 1.200 a R$ 3.600, em parcela única, para que essas mulheres possam investir no seu negócio. O Valor recebido não precisará ser devolvido pelas contempladas. Além disso, elas participarão de um curso de Empreendedorismo, que será oferecido pelo Município  em parceria com o Sebrae.

No primeiro edital do programa foram contempladas 833 mulheres maceioenses com os subsídios que ajudarão na compra de insumos e equipamentos para o empreendimento. Uma das beneficiárias é a artesã Andrea Karina, 50, mãe solo de dois meninos, que possui um ateliê na sala de jantar de casa com diversos produtos artesanais produzidos por ela.

“Eu chorei de alegria, me tremia de tanta felicidade. [Com o auxílio] vou poder comprar meu material para trabalhar. Me emocionei porque me fez lembrar de tudo: o fato de eu não ter outra renda, de nunca ter conseguido algum auxílio, o que dificulta tirar o dinheiro que entra e transformar [em produto], porque eu tenho que fazer um milagre. A partir do momento que eu soube que eu ia ter esse dinheiro pra comprar material, embalagens e outras coisas, a emoção vai longe”, comenta emocionada Andrea.

Outra beneficiária do Banco da Mulher, Rafaela Silva, 33, é designer de unhas e proprietária de um estúdio de beleza. Ela conta que sempre quis ter o próprio negócio, começou como autônoma há seis anos e no início fazia atendimento a domicílio, depois utilizou um quartinho da própria casa para atender, mas há um ano possui o próprio espaço.

“É uma ótima iniciativa. Eu me inscrevi e esse auxílio vai me ajudar a comprar mais insumos para o meu negócio, a melhorar o atendimento com outros maquinários, além de outras coisas que eu quero comprar, então foi muito importante. Eu amei ter sido uma das contempladas. E sei que isso vai ajudar muito outras pessoas que estão no início, e quem já tem o negócio, vai melhorar”, relata Rafaela.

Segundo Ana Paula Mendes, secretária da Mulher, Pessoas com Deficiência, Idosos e Cidadania (Semuc) de Maceió, o Banco da Mulher Empreendedora busca estimular a autonomia financeira e econômica de mulheres, além de combater a violência contra a mulher.

“Muitas vezes o que impede que a mulher se liberte de uma situação de violência doméstica é a dependência financeira em seu agressor. Assim, o empreendedorismo feminino e a capacitação dessas mulheres se tornam ferramentas de combate à violência sofrida. Além da emancipação dessas mulheres, o fomento ao empreendedorismo feminino garante o estímulo ao comércio do município e a economia local”, afirma a secretária.

CAPACITAÇÃO APRIMORA O NEGÓCIO

Para ter um empreendimento não basta ser boa na área específica em que atua, é preciso se manter atualizada nas tendências do mercado e saber gerir o faturamento, logística, atendimento, entre outros detalhes fundamentais em uma empresa.

Realizar cursos de capacitação é essencial para manter o negócio sempre em alta. O Método Efeito Furacão, um programa criado em parceria entre o Sebrae Delas e a aceleradora B.Labs, busca capacitar mulheres por meio de workshops, painéis e palestras, acelerando negócios geridos por mulheres.

DADOS MOSTRAM CRESCIMENTO DO EMPREENDEDORISMO FEMININO

O Brasil atingiu, no terceiro trimestre de 2022, o recorde de mulheres donas de negócio – empregadoras com ou sem CNPJ que possuem ou não empregados – , chegando ao número de 10.344.858, de acordo com pesquisa realizada pelo Sebrae com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse trimestre, as empreendedoras representaram 34,4% do total, enquanto os homens somaram 65,6%.

Fonte: Agência Tatu

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