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O histórico MDB de Marcos Freire, Jarbas, Mansueto e Gonzaga Patriota “não é mais aquele”

1- Aliados e apoiadores da oposição  eram chamados de comunistas pelas oligarquias,  criando um “clima” de medo no Sertão .

2- O MDB ideológico transformou-se  numa ” sigla de aluguel”  num total desrespeito às lideranças históricas que combateram a ditadura.

O Movimento Democrático Brasileiro – MDB,  teve uma importância fundamental  durante a resistência e combate à ditadura militar  de 1964, contribuindo  de forma determinante para a retomada da democracia no País. O partido que fazia oposição ao regime de chumbo, enfrentou  a Aliança Renovadora Nacional (e depois  o PDS) diante de um quadro adverso,  com perseguições, prisões, mortes e o sumiço de militantes de esquerda, chamados de comunistas.

Em Pernambuco, o MDB de Marcos Freire, Jarbas Vasconcelos, Mansueto de Lavor, Fernando Lyra,  Cristina Tavares, Roberto Freire  e Gonzaga Patriota contava com o apoio de setores da Igreja de Dom Helder Câmara, de Dom Francisco Austregésilo de Mesquita (Afogados da Ingazeira), Dom José Rodrigues ( de Juazeiro da Bahia)  e dos camponeses da Zona da Mata, liderados  por Francisco Julião.

Ao longo da luta  dos trabalhadores e estudantes, o  MDB  foi criando alguns núcleos de resistência aos coronéis aliados da Arena, beneficiários do sistema na condição de representantes do  governo dos generais que “usaram e abusaram” durante mais de 20 anos  de opressão. A cidade de Salgueiro, por ser a mais central do Estado e particularmente do Sertão, era sempre visitada pelas lideranças de esquerda que vez por outra  se encontravam com as bases visando maior articulação em busca da liberdade, a partir da luta pelas Diretas Já e o voto para prefeitos das capitais.

Com os avanços conquistados nas ruas e nas urnas  ( na eleição para o Senado e Prefeitos das capitais), o poder dominante impôs a figura odiosa do instituto da sublegenda.Foi ai que surgiram  a Arena 1 e  a Arena 2, que eram a mesma coisa e contribuíam  para aumentar ainda mais o “poder de fogo’ das oligarquias que tinham direito a crédito dos bancos oficiais (Bandepe, Caixa, BB e  BNB) e a Sudene. Muitos desses “clientes” não honravam os compromissos.

Em Salgueiro,  o sistema  contava como o apoio dos políticos  com origem nas famílias Sá e Sampaio, que sempre levaram vantagem  na política  local desde os tempos da “República Velha”, do Estado Novo, da Ditadura de Vargas, etc. As duas famílias ainda fingem ser oponentes, mas  se entrelaçaram por toda vida.

O MDB começou a  “respirar”  depois das primeiras  vitórias alcançadas nas urnas. O ex-padre Mansueto de Lavor – nascido em Serrita, foi eleito primeiro deputado estadual da oposição no Sertão numa dobradinha para deputado federal com Roberto Freire, com base  em Olinda. O advogado Gonzaga Patriota – filho de Sertânia e radicado em Salgueiro (onde chegou como funcionário da Rede Ferroviária Federal-Refesa)  fundou o diretório do MDB e junto com um grupo de jovens  trabalhou para expandir o movimento das oposições, criando diretórios do partido em todos os municípios do Sertão Central e da Região.

Além de Gonzaga Patriota,  do seu irmão -e também advogado e ex-vereador Alvinho Patriota,  o movimento de esquerda em Salgueiro contou com a participação  dos saudosos  Antonio Lopes Basílio, José Berlamino Ângelo (eleito primeiro vereador do MDB em Salgueiro), Abmael Pereira de Lucena,  José Alves e o advogado Deusdete Severino Silva. Alguns históricos  que podem ser lembrados como “raizes da esquerda”  em Salgueiro encontram-se:  João José de Souza (João da ótica) Geraldo do Bode, Francisco Pedro dos Anjos (Chico Pedro) e   Machado Freire, além de algumas dezenas de cidadãos e cidadãs  que não podem ser  citados para evitar retaliações  de seus familiares que por ventura ocupam cargos públicos. O ranço político persiste, apesar da queda (oficial) da ditadura.

Participação de Alvinho Patriota

O MDB/PMDB contou com a participação efetiva do advogado Alvinho Patriota em um bom período -antes e depois da redemocratização do País.  Nas eleições de 1982, numa disputa desigual onde teve como vice a doméstica Clarinha como candidata  a vice-prefeita (primeira mulher a participar de uma disputa para o Executivo no município). O partido somou 1.086 votos para a majoritária e elegeu o comerciário José Belarmino Ângelo (Paubrica) para o primeiro vereador emedebista de Salgueiro.

Já no pleito municipal de 1988 (com os partidos de oposição  divididos)  Alvinho Patriota  foi indicado pela maioria dos convencionais para disputar a Prefeitura de Salgueiro e obteve  1.853 votos. A divisão dos partidos  de oposição (Creuza Pereira, Alvinho Patriota, José Barbosa e Antonio Nelson) contribuiu para a vitória de Cornélio Parente Muniz, filiado ao PDS, levando-o a conquistar o segundo mandato de prefeito.

PMDB é “usado” para eleger Clebel Cordeiro prefeito de Salgueiro

Desacreditado no País inteiro, o PMDB de Marcos Freire, Jarbas Vasconcelos e Dr, Ulisses Guimarães,  entre outras lideranças históricas no Brasil e em Pernambuco – a  agremiação  à qual eram filiados  os deputados  sertanejos  históricos Mansueto de Lavor e Gonzaga Patriota   foi seriamente prejudicado com as  alianças e flexibilizações ocorridas a partir do governo de José Sarney, considerado o “rei da inflação”.

Claro que o crescimento do Partido dos Trabalhadores – PT, dividiu as esquerdas obrigando  emedebistas históricos a migrarem para o PSB, PDT e PCdoB, entre outros partidos  que se aliaram formal e informalmente ao PT.

O PMDB  desfigurou-se e desqualificou-se  ao ponto de ter como lideranças nacionais as figuras de Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Fernando Bezerra Coelho. No PMDB de Salgueiro a situação não poderia ser diferente: nas eleições de 2016, o partido teve como candidato a prefeito  o comerciante do ramo de funerária (sem nenhum histórico político em sua vida) Clebel Cordeiro, que teve como vice o desembargador aposentado Chico Sampaio, reconhecidamente como de direita e filiado ao DEM, partido  que sucedeu o PDS e a Arena.

Apesar da vitória da chapa majoritária,   o PMDB e o  DEM elegeram apenas dois vereadores:    Pedro de Compadre (PMDB) e  Augusto Matias, pelo DEM.  Já na eleição de 2020 – quando Clebel Cordeiro perdeu a reeleição numa revanche com  Marcones Sá  (que obteve uma maioria de 426 votos),  o PMDB  não  apresentou nenhum candidato a vereador, uma prova inequívoca de que a agremiação que tinha sido controlada na maioria do Sertão pela família de Petrolina era “meramente cartorial”,  tanto que  o hoje deputado estadual Jarbas Filho – filho do senador licenciado Jarbas Vasconcelos,   foi eleito pelo Partido Socialista Brasileiro – PSB.

Jarbas Filho fecha parceria com prefeito de Salgueiro

O deputado estadual Jarbas Filho (PSB) esteve nesta quinta-feira (15/6) na cidade de Salgueiro, Sertão Central, sua mais nova base eleitoral. A convite do prefeito Marcones Sá (PSB), o parlamentar participou da entrega do Parque Dr. Assis, uma homenagem ao falecido médico conceituado do município.

Com um espaço de convivência, parque infantil e anfiteatro, o novo equipamento da cidade foi construído pelo Grupo Rocha e repassado aos cuidados da Prefeitura de Salgueiro. Durante a inauguração, Marcones Sá apresentou o deputado aos salgueirenses. O parlamentar aproveitou a oportunidade para cumprir sua primeira agenda na cidade e reafirmar sua parceria com o gestor.

“Estou muito feliz com essa nova parceria. Venho cumprir minha primeira agenda em Salgueiro e garanto que estaremos aqui muitas outras vezes. Aqui, o povo é simpático, hospitaleiro e pode contar com meu trabalho e dedicação. Eu e o prefeito Marcones Sá vamos fazer muito por esse povo”, afirmou o deputado.

Nota da Redação:

Prefeito não conta com o apoio (total)  do seu grupo  na Câmara de Vereadores

Trata-se de mais uma definição de que  o MDB morreu e permanece insepulto e que o prefeito de Salgueiro não continuará  sem contar com uma “legítima” representação  do Município na Assembleia Legislativa, sem desmerecer , em nenhuma hipótese,  o deputado Jarbas Filho que recebe agora, o apoio do prefeito Marcones Sá.

O que se tem a registrar, a propósito do novo fato é que embora esteja no terceiro mandato -e que seu grupo (dividido na Câmara Municipal)  não consegue reunir condições políticas para eleger um representante legítimo do município (ou de sua ala política)  no Legislativo estadual. E a cada  eleição a situação se torna mais difícil.

Basta ver que  pleito passado  a vereadora Eliane Alves – apoiada pele prefeito  para deputada estadual, não obteve a votação  suficiente para a conquista de um mandato.  A parlamentar não contou com o apoio total do grupo e de sua bancada na Casa Epitácio Alencar.

Fonte: Folha do Sertão

3 comentários sobre “O histórico MDB de Marcos Freire, Jarbas, Mansueto e Gonzaga Patriota “não é mais aquele”

  1. Arnaldo Alencar

    O MDB hoje tem em seus quadros elementos como Renan Calheiros e família, Jader Barbalho e família e outros grandes nomes da política e POLÍCIA E JUSTIÇA brasileira, mais como no Brasil quem faz as leis são eles mesmo, são tudo Deputado,Senadores e ex Governadores de seus Estados e tem mais processos na justiça do que grandes facções do Rio de Janeiro, mais não dar em nada, pois estamos no Brasil onde tudo pode.

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