Moradores da Rua 12 do Loteamento Olinda sofrem com falta de saneamento

‘Salgueiro vai ser um dos únicos municípios pernambucanos 100% saneados em pouco tempo’, pelo menos era isso o que estava pregando a administração municipal de Salgueiro há alguns meses. A fantasiosa boa-nova divulgada pelo poder público salgueirense nos quatro cantos da cidade torna-se a mais pura ficção, quando se conhece de perto a realidade da população. Na Rua 12 do Loteamento Olinda, o saneamento ainda não chegou. Os próprios moradores fizeram fossas para amenizar o drama de não poder contar com uma rede de esgotamento sanitário. Em algumas residências os dejetos correm a céu aberto, pois as fossas já não suportam receber os resíduos.

Segundo a cidadã Geane Marins, moradora da rua há vários anos, a maior parte do esgoto das residências da localidade está caindo em um terreno doado pela Rocha Construções para a Igreja Católica de Salgueiro. No local será construído em breve a casa do bispo da Diocese Salgueiro, que planeja transformar a Igreja do Santuário na futura catedral do município. Para Geane o Orçamento Participativo promovido pela prefeitura funciona como uma espécie de confronto entre ruas. “Esse Orçamento Participativo que fizeram aqui no bairro, parece mais uma disputa entre ruas”, reclama a moradora, expondo que a Rua 12 do Loteamento Olinda existe há cerca de 18 anos, mas nunca recebeu assistência da administração pública.

Residente na rua também há diversos anos, Joana D´arc disse para nossa reportagem que os moradores da localidade estiveram na reunião do Orçamento Participativo do bairro meses atrás, expuseram os problemas com a falta de saneamento, porém, a rua de um vereador acabou escolhida como prioridade para ser calçada. Além de não ser pavimentada e possuir um péssimo acesso, a Rua 12 do Loteamento Olinda não pode receber veículos, porque toda vez que sobem automóveis no local, acabam quebrando os canos de um esgoto improvisado pelos moradores.

A senhora Maria de Fátima no disse que a situação da rua é de total abandono. “Há nove que estou morando aqui nesta rua e desde quando eu cheguei aqui nunca teve saneamento”, disse. “Eu já estive na prefeitura pedindo para fazer o esgotamento, a fossa da minha residência, e não fizeram nada até o momento. Eu tive que pagar para uma pessoa fazer a fossa”, afirma Maria, completando que mora de aluguel, mas paga IPTU, taxa de esgoto e acha uma injustiça o que está acontecendo na rua. “A gente paga o IPTU para ter uma morada digna, mas infelizmente isso não está acontecendo aqui”, finaliza.

Por Chico Gomes