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Juíza quer saber se perito do Caso Beatriz recebeu propina de R$ 1,5 milhão para fraudar perícia

A juíza Elane Brandão Ribeiro, da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Petrolina, requisitou informações à Chefia da Polícia Civil de Pernambuco relativas ao Caso Beatriz.

A magistrada pede informações sobre a existência de um procedimento disciplinar ou inquisitorial em que se investiga possível recebimento de propina para falsificação de laudo pericial por parte do perito Gilmário dos Anjos, no Caso Beatriz Mota, menina de 7 anos assassinada a facadas em dezembro de 2015, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora.

De acordo com o despacho feito pela juíza, a pedido da defesa em fase de alegações finais, há trecho de relatório da Polícia Federal (PF) sobre a Operação Metástase que cita o recebimento de R$ 1,5 milhão por parte do perito para “falsificar uma das perícias do Caso Beatriz, que comprometia a instituição de ensino em que a mesma foi assassinada”.

A operação, deflagrada em abril deste ano, teve por finalidade desarticular uma milícia, com características típicas de grupo de extermínio, integrada por policiais militares e civis de Pernambuco, Paraíba e Ceará que atuava na região do Sertão pernambucano, especificamente nos municípios de Salgueiro, Serra Talhada, Ouricuri e Parnamirim. A milícia, segundo a PF, seria especializada em homicídios, além de outras condutas ilícitas relacionadas.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) disse que a suspeita de propina milionária foi revelada pela delegada da Polícia Civil Polyanna Nery, lotada atualmente na Delegacia de Pesqueira. A delegada, no entanto, rebateu a citação.

Em conversa por telefone com a Folha de Pernambuco, Polyanna Nery explicou que, quando começou a investigar a morte de Beatriz, o perito já havia deixado o caso. “Não tenho conhecimento a respeito desse fato, fui surpreendida porque não tenho conhecimento nenhum a respeito dessa investigação da Polícia Federal”, rebateu.

Polyanna explicou ainda que trabalhou no caso entre novembro de 2017 e março de 2020, e o perito atuou em 2016. A juíza também requisitou informações diretas à delegada. “Não fui oficialmente notificada, nunca investiguei esse perito. Vai ser tudo apurado”, completou Polyanna Nery.

O pedido de informações tem prazo de 10 dias. “Após as informações serem prestadas pelo referido órgão, o processo será concluso para análise”, explicou o TJPE.

O que diz o colégio

Por meio de nota, o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora afirmou que “teve conhecimento da existência de pedido de informações da juíza”.

“O colégio informa que está acompanhando o caso e desde já repudia toda e qualquer vinculação de seu bom nome a qualquer conduta fora dos ditames da lei. Ao longo do inquérito, o colégio cooperou integralmente com a polícia e a justiça para o esclarecimento do caso e todas as tentativas de vincular o nome da instituição a algum ilícito foram prontamente combatidas, esclarecidas e provada a insubsistência dos referidos fatos. Seguimos confiantes na justiça e na sua resposta final para o caso”, afirma nota da instituição.

Fonte: Folha de PE

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