Os proprietários de terras na comunidade de Santa Rosa, no município de Carnaíba, não receberam com bons olhos a notícia da construção de uma fábrica de cimento na localidade. Ainda que a prefeitura do município anuncie vários benefícios com a construção da fábrica, como geração de empregos e diminuição do preço de cimento no Sertão do Pajeú, os habitantes da comunidade não estão dispostos a deixar o local pelo preço que a Prefeitura de Carnaíba planeja pagar pela desapropriação das terras.
De acordo com os moradores da localidade, muitos com décadas de convivência no local, a prefeitura quer desapossar as terras pagando R$ 300,00 por hectare. A proposta está sendo rejeitada pelos donos das propriedades, que consideram o valor ínfimo. Na prática quem possuir 10 hectares de terras, e aceitar a proposta, receberia apenas R$ 3 mil de indenização.
Segundo João Ferreira Evangelista, 74, morador da comunidade há mais de 65 anos, todos os habitantes de Santa Rosa pagam impostos e não desejam sair do local. “Não é justo o que querem fazer com a gente”, reclama. A fábrica que inicialmente seria comunitária vai ser explorada de forma privada pela mineradora Vale do Pajeú. Os donos das terras por direito não receberão porcentagens do lucro obtido pela empresa.
A Prefeitura de Carnaíba afirma que através de parceria com o Governo do Estado estão sendo investidos recursos da ordem de R$ 14 milhões na primeira fase de edificação da fábrica e outros R$ 2 milhões serão aplicados nos próximos anos. Nas obras de construção estão sendo gerados 80 empregos diretos. Quando estiver em funcionamento a indústria irá gerar mais de 200 empregos para os moradores do município, com produção de mais de 4 mil sacos de cimento por dia.
Da redação do blog de Alvinho Patriota por Chico Gomes