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EUA mataram 83 em experiências macabras na Guatemala nos anos 40

Oitenta e três guatemaltecos morreram depois de serem submetidos a macabras experiências médicas por parte de cientistas americanos que pesquisavam sobre doenças sexualmente transmissíveis nos anos 1940, determinou uma comissão de investigação criada pelo presidente americano Barack Obama.

Cerca de 5,5 mil pessoas participaram nessas experiências sem serem informadas do que consistiam e, entre elas, 1,3 mil foram expostas ou inoculadas com doenças venéreas, segundo Stephen Hauser, membro da comissão, que apresentou suas conclusões preliminares.

Hauser explicou que a comissão ainda não determinou em que nível estas mortes estiveram direta ou indiretamente relacionadas com as experiências, mas que detectaram casos de infecções e meningites depois das inoculações. Das pessoas inoculadas com doenças venéreas, como sífilis e gonorreia, apenas 700 receberam alguma forma de tratamento posterior.

A comissão presidencial para temas de bioética, que por nove meses revisou mais de 125 mil documentos sobre estes testes realizados entre 1946 e 1948 com financiamento dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), entregará seu relatório final a Obama em setembro.

Obama determinou esta investigação em novembro passado, um mês depois que foram reveladas essas experiências classificadas como “crimes contra a Humanidade” pelo presidente da Guatemala, Alvaro Colom, cujo governo iniciou suas próprias averiguações. O presidente americano ligou para Colom para desculpar-se pessoalmente ao tomar conhecimento do fato, que classificou de imoral.

Vários dos cientistas que participaram nas experiências na Guatemala já haviam realizado em 1943 um estudo similar com presos nos Estados Unidos, mas, neste caso, os voluntários sabiam do que se tratava e deram seu consentimento.

Fonte: Agência AFP

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