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Em audiência no Senado, economista alerta que arcabouço não é suficiente para estabilizar dívida

Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal nesta terça-feira, 20, o economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo, alertou que o arcabouço fiscal não é suficiente para estabilizar a dívida pública em quatro anos. Segundo ele, as projeções do governo se mostram otimistas em relação às estimativas do mercado.

Camargo ainda afirmou a proposta do governo, que deve ser votada na sequência no colegiado pelos parlamentares, se mostra insuficiente para estabilizar a dívida pública brasileira em um patamar razoável nos próximos anos.

“A trajetória da dívida apresentada pelo governo aparenta ter sido estimada com parâmetros exageradamente otimistas. A rigidez de algumas despesas, como gastos com pessoal, previdenciários, educação e saúde, dificultam o cumprimento do novo arcabouço no médio e longo prazo”, declarou.

Aumento de carga tributária 

Camargo também avaliou que uma trajetória mais benigna para a dívida depende de uma forte elevação da arrecadação, com mais tributação, combinado com um cenário de elevado crescimento, baixa taxa de juros e inflação moderada.

“O fim do enforcement de cumprimento da meta de primário é um fator de risco para a convergência da dívida no longo prazo. A trajetória da dívida apresentada pelo governo é consistente apenas sob hipóteses de inflação elevada entre 2024 e 2026, aproximadamente 7,5%, ou aumento de carga tributária de aproximadamente 3,0%”, disse.

As projeções de Camargo apontam que, com o novo arcabouço fiscal, a dívida se estabiliza em aproximadamente 92% do PIB em 2033, “na beira do precipício”.

Fonte: EXAME

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