A menos de um ano da eleição municipal, o presidente Lula (PT) fez ontem sua primeira agenda pública em São Paulo ao lado de Guilherme Boulos, pré-candidato do PSOL à prefeitura paulistana. Sem citar diretamente o pleito eleitoral, Lula cutucou o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, destacando a ausência de ambos no evento. Nunes rebateu pouco depois. O emedebista disse que eventos relacionados a “invasão” não terão sua presença e apoio.
— Eles foram convidados e não vieram. Mas se viessem, seriam tratados com maior respeito, porque educação a gente aprende em casa— disse o presidente, que participou neste sábado do lançamento das obras do empreendimento Copa do Povo, que faz parte do programa Minha Casa Minha Vida – Entidades e recebeu recursos do estado e do município.
A obra em Itaquera, na zona Leste de São Paulo, representa uma demanda histórica do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Em 2014, sob a liderança de Boulos, o grupo ocupou o terreno que fica próximo ao estádio do Corinthians, em um protesto contra os gastos elevados com o mundial no então governo Dilma Rousseff (PT). Apesar de possuir alvará de execução desde 2019, as moradias acabaram não saindo do papel. Neste ano, após ser eleito para o seu primeiro mandato de deputado federal, Boulos atuou junto ao governo federal para conseguir destravar o conjunto que promete ter 2,6 mil unidades habitacionais.
O evento deste sábado marca a estreia de Lula como cabo eleitoral do psolista em São Paulo. Apesar das expectativas do entorno de Boulos, o presidente não falou sobre a eleição ou sobre o apoio ao parlamentar. Mesmo assim, a aparição pública dos dois e a troca de afagos foram comemoradas pela campanha do deputado.
A ida de Lula a São Paulo ocorre em meio a articulações para ter a ex-prefeita Marta Suplicy como vice da chapa na cidade. O presidente tem dito a aliados que vê mais chances de vitória com a ex-ministra na composição, dado seu apelo junto ao eleitorado da periferia. Apesar de não ter conseguido se reeleger, Marta deixou a prefeitura com marcas elogiadas até por adversários, como o Bilhete Único e os CEUs.
Fonte: O Globo
