O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi exonerado do cargo pelo presidente Lula (PT) após virem a público denúncias de assédio sexual.
Presidente divulgou nota com a demissão. “Diante das graves denúncias contra o ministro Silvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira (6), o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania”, informa o comunicado. “O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual.”
A publicação da demissão ocorreu em edição extra do Diário Oficial da União. Mais tarde, Lula nomeou Esther Dweck como ministra interina dos Direitos Humanos e da Cidadania. Titular da pasta de Gestão e Inovação, ela vai acumular função até a definição de um novo nome.
Secretária-executiva do ministério, Rita Cristina de Oliveira, também foi exonerada. Reportagem do UOL mostrou que o ministério tem sido alvo de denúncias de assédio moral e pedidos de demissão em série desde o início da gestão, em janeiro de 2023. Rita e Almeida eram alvos de reclamações.
O ministro é alvo de acusações de assédio sexual. Em nota, a ONG Me Too Brasil tornou pública as acusações, feitas de forma anônima, após reportagem do Metrópoles na quinta (5), quando o nome da ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) passou a ser citado como uma das denunciantes. Ela não falou publicamente sobre o assunto.
Anielle confirmou denúncias. O UOL apurou com fontes próximas ao presidente Lula que a ministra confirmou a colegas da Esplanada que havia sido vítima de importunação sexual e assédio por parte de Sílvio Almeida. Participaram dessa reunião o CGU (controlador-geral da União), Vinicius Carvalho, o AGU (advogado-geral da União), Jorge Messias, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e a ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck. O grupo se reuniu depois com Lula, que estava em viagem a Goiânia. Silvio Almeida também foi ouvido pelos colegas.
Fontes do Planalto dizem que Lula foi informado do teor da conversa dos ministros com Anielle e ficou irritado. Após a demissão, reiterou “seu compromisso com os direitos humanos e reafirmou que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”, também segundo a nota do Planalto.
Fonte: UOL