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Avião de líder mercenário que desafiou presidente da Rússia cai e mata todos a bordo

O líder do grupo mercenário Wagner, que protagonizou há exatos dois meses um motim contra a cúpula militar da Rússia, no maior desafio interno do governo de Vladimir Putin, estava na lista de passageiros de um jato executivo que caiu perto de Tver, na Rússia. Todas as pessoas a bordo morreram, inclusive Ievguêni Prigojin, segundo o relato da TV Rossia 24.

O acidente ocorreu na noite desta quarta (23, tarde no Brasil) na rota que o jato de fabricação brasileira Embraer Legacy 600 fazia entre Moscou e São Petersburgo, um dia depois de Prigojin, 62, reaparecer em suas redes sociais com um vídeo que teria sido gravado durante operações do Wagner na África.

De acordo com o Ministério das Situações de Emergência, a lista de pessoas a bordo tinha três tripulantes e sete passageiros, incluindo o líder do grupo mercenário. Mas o primeiro relato do órgão sobre as buscas afirma que só foram encontrados oito corpos nos escombros.

O jato tinha matrícula RA-02785 e desde 2019 estava sob sanção dos Estados Unidos por ser considerado de propriedade de Prigojin, que era um aliado próximo de Putin. Ele foi visto embarcando na aeronave diversas vezes, inclusive quando foi para Belarus após o motim fracassado de 23-24 de junho.

O episódio nunca foi explicado totalmente, com diversas contradições em seu curso. Se confirmada a morte do empresário em solo russo, contudo, será muito difícil para o Kremlin evitar as acusações de queima de arquivo.

Nesta mesma quarta, um dos principais generais russos, Serguei Surovikin, foi demitido da chefia das Forças Aeroespaciais após uma nebulosa investigação acerca de suas ligações com Prigojin e o motim, embora ninguém fale isso oficialmente na Rússia.

Na semana passada, um general acusado pelo opositor Alexei Navalni de ter gerenciado a construção de um palácio para Putin, que estava preso, morreu na cadeia. E um coronel ligado ao alto escalão militar por suspeita de envenenamento, o que levou a especulações acerca de uma ação coordenada.

Ao longo dos anos, diversos adversários de Putin, principalmente políticos rivais como Boris Nemtsov (morto a tiros em 2015) e jornalistas como Anna Politkovskaia (executada em 2006) tiveram mortes violentas ou misteriosas. Desde o início da Guerra da Ucrânia, ao menos 12 executivos de destaque no país tiveram tal destino.

Fonte: Folha de S. Paulo

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