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Em vistoria no Metrô do Recife, parlamentares evitam falar sobre privatização

Uma comitiva formada por parlamentares e outras autoridades fez uma vistoria no Metrô do Recife, nesta segunda (21), o 19º dia da greve dos metroviários, para encontrar soluções para a crise na infraestrutura do sistema. Eles visitaram estações, andaram de trem e, em entrevistas, evitaram falar sobre a privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

Primeiro, a comitiva participou de uma reunião na sede da CBTU, no bairro de Areias, Zona Oeste do Recife. Depois, visitou o Centro de Manutenção de Cavaleiro, em Jaboatão dos Guararapes, onde existe um “cemitério” de trens quebrados. Em seguida, embarcou num trem em direção à Estação Recife, no Centro da capital, que é o terminal de todas as linhas do metrô.

A visita dos parlamentares ocorreu em meio à greve deflagrada pelos metroviários no dia 2 de agosto. Com isso, o metrô só funciona nos horários de pico, das 5h e 8h30 e das 17h às 20h. A categoria pede, além de melhoria nas condições de trabalho, a remoção da CBTU do pacote de privatizações proposto pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A vistoria foi proposta pelo senador Humberto Costa (PT) no Senado, e pelo deputado federal Túlio Gadêlha (Rede) na Câmara dos Deputados. Questionado sobre a possível privatização da CBTU, o senador petista disse que a discussão não deve ser feita agora.

“Nós achamos que, neste momento, o mais importante é estancar esse sucateamento. Qualquer outra questão relativa à modelagem futura para o funcionamento do metrô deve ficar num segundo ponto. Agora, o essencial é que ele funcione bem, melhore o atendimento à população e depois se discuta esse assunto”, afirmou o senador.

Túlio Gadêlha, por sua vez, criticou a gestão da CBTU, cuja sede é no Rio de Janeiro. A empresa estatal gerencia sistemas de metrô no Recife, Belo Horizonte, João Pessoa, Maceió e Natal.

“Precisamos de mais investimentos, porque existem muitos veículos parados, hoje, por falta de peças, e também discutir a descentralização da gestão desse equipamento. Hoje, esse equipamento é gerido pelo Rio de Janeiro. A CBTU funciona lá. Não existe mais interesse do governo federal de fazer a gestão, nem interesse do usuário de Pernambuco de ter uma gestão tão distante”, disse o deputado.

À tarde, os parlamentares promoveram uma audiência pública sobre o metrô na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), no bairro da Boa Vista, no Centro.

O senador Humberto Costa, que presidiu a sessão, disse que o diagnóstico feito nas instalações do metrô e as queixas apresentadas na audiência vão ser postos num documento, que será enviado ao Senado e ao governo federal.

“Nós vamos elaborar um relatório, e esse relatório será encaminhado à Comissão de Assuntos Sociais do Senado e vamos também encaminhá-los, juntamente com uma audiência, ao ministro das Cidades, para exatamente dizer o que a gente conseguiu ver aqui, o que que é necessário e pressionar [o governo federal]”, declarou.

Privatização

Membros do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também participaram da vistoria e da audiência. Isso porque o BNDES é o gestor do Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND), que é responsável pela contratação de estudos para a desestatização de empresas.

O chefe do Departamento de Estruturação de Projetos do banco informou que, para a privatização da CBTU, um estudo foi contratado em 2019. O resultado dele foi entregue à União em dezembro de 2022. Por ordem do governo Lula, em junho, os estudos para desestatização da CBTU estão sendo retomados. Isso não significa que a privatização seja certa.

“Com a troca de governo, à época, a gente não teve nenhuma sinalização de prosseguimento do processo. Porém, agora, em junho de 2023, o governo federal, juntamente com o governo do estado, autorizou o BNDES a retomar os estudos entregues, com algumas alterações de premissas para serem novamente estudadas. Então, estamos nesse ponto”, afirmou.

Fonte: G1

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