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Países africanos ameaçam intervenção militar no Níger se junta golpista não largar poder

Parece improvável que a cúpula militar que assumiu o poder do Níger abra mão dos poderes tomados à força até este domingo (6). Mas é esse o prazo estipulado pela Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental para que o grupo reintegre o presidente eleito do país, Mohamed Bazoum, ao posto. Caso contrário, a Cedeao, como a comunidade é chamada, promete intervir militarmente no país.

Se a promessa vai ser cumprida não é possível ainda saber. Fato é que a França anunciou, neste sábado (5), que apoiará os esforços do grupo africano contra a cúpula militar. A chanceler do país europeu, Catherine Colonna, reuniu-se com o primeiro-ministro do Níger, Ouhoumoudou Mahamadou, e citou o prazo estipulado pela Cedeao. Segundo ela, a ameaça deveria ser levada muito a sério.

Não ficou claro, porém, até quando os franceses apoiarão o grupo africano e tampouco se estariam dispostos a fazer parte da eventual intervenção militar. A França tem entre 1.000 e 1.500 soldados no Níger, apoiados por drones e aviões de guerra, ajudando grupos de combate ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico. Estados Unidos, Alemanha e Itália também têm tropas estacionadas no país.

Os americanos, aliás, já criticaram publicamente a cúpula militar do país africano. Na quinta, por exemplo, o presidente Joe Biden pediu a libertação de Bazoum, que está desde o final de julho detido no palácio presidencial, e afirmou que a manifestação da população em eleições livres deve ser respeitada.

Além disso, doadores ocidentais cortaram parte do apoio financeiro enviado ao Níger, o que representa cerca de 40% do orçamento do país. Paralelamente, outras nações africanas impuseram sanções econômicas que, segundo os moradores, já são sentidas.

As grandes potências têm interesse no Níger. Afinal, o país possui reservas de urânio e petróleo e exerce papel central na guerra com os rebeldes islâmicos na região do Sahel. China e Rússia também estão de olho na nação.

Ao menos publicamente, Moscou defende que o Níger volte a seu estado constitucional. Mas Bazoum, o chefe de Estado eleito que hoje está detido no palácio presidencial, disse que o golpe ajudará o Grupo Wagner, formado por mercenários russos, a ganhar mais espaço na região. “Com um convite aberto dos golpistas e seus aliados regionais, toda a região central do Sahel pode cair sob a influência russa por meio do Grupo Wagner, cujo terrorismo brutal está em plena exibição na Ucrânia”, escreveu ele em um artigo de opinião no jornal americano The Washington Post.

Fonte: Folha de S. Paulo

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