Um homem de 35 anos foi preso, na manhã desta quinta-feira (3), suspeito de estuprar e torturar física e psicologicamente uma criança de 7 anos de idade em Limoeiro, no Agreste dePernambuco. O homem detido é companheiro do tio da criança e ambos criavam a menina. Segundo a polícia, os pais da vítima possuem deficiência mental e não têm condições de sustentá-la.
A denúncia chegou até o Conselho Tutelar através da professora da criança, que percebeu os ferimentos na pele e perguntou a origem dos hematomas. “A professora desconfiou, conversou com ela e ela disse que só contaria se não morasse mais com o tio”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Paulo Gustavo. Na ocasião, ela fez os primeiros relatos de tortura às docentes da escola. O boletim de ocorrência foi registrado no último dia 24 de setembro.
Segundo a narrativa da menina, o homem costumava agredi-la com murros, apertos e pisadas nos pés. O suspeito também reprimia a criança por sujar as roupas íntimas após ir ao banheiro, o que fez com que ela passasse vários dias sem fazer as necessidades fisiológicas, resultando em prisão de ventre. A vítima ainda era frequentemente ameaçada caso contasse ao tio sobre as atitudes do companheiro.
Em uma das ocasiões, a menina relatou que, durante um banho, o suspeito usou lava-louças no cabelo e esfregou uma esponja com lã de aço nas genitálias dela. “Em depoimento, ele negou ter cometido tais atos, mas confessou à diretora da escola. Pediu para que a polícia não fosse acionada. Ele disse que a menina o tirava do sério”, contou o delegado. A vítima também exemplificou as torturas através de desenhos.
De acordo com a polícia, o tio não sabia das agressões. “Ele ainda será ouvido, mas acreditamos que ele não saiba. Toda vez que ele perguntava alguma coisa sobre os ferimentos, ela dizia que havia levado uma queda”, informou Paulo Gustavo. Desde a semana passada, a criança está sob a guarda de uma das professoras.
O homem será autuado pelo crime de tortura e estupro de vulnerável e será encaminhado ao Presídio de Limoeiro, podendo pegar uma pena de até 23 anos de reclusão.
Fonte: G1 PE