Lula descarta desvincular benefício social do salário mínimo: “Não será mexido”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou, nesta quarta-feira (26), a hipótese de desvinculação de pensões e benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) da política de ganhos reais do salário mínimo.

As declarações de Lula foram dadas durante entrevista ao UOL, no Palácio do Planalto. Segundo o petista, o governo vem estudando medidas para enxugar gastos e aumentar a arrecadação, mas o salário mínimo não entra na lista.

“Não. Garanto que o salário mínimo não será mexido enquanto eu for presidente da República. Quando você aumenta o salário mínimo, tem de sempre colocar a reposição inflacionária para manter o poder aquisitivo. O crescimento do PIB é exatamente para isso, para você distribuir entre os 213 milhões de brasileiros. Eu não posso penalizar a pessoa que ganha menos”, afirmou Lula.

“Eu não considero isso gasto. O salário mínimo é o mínimo que uma pessoa precisa para sobreviver. Se eu achar que eu vou resolver o problema da economia brasileira apertando o mínimo domínio, eu estou desgraçado, cara”, prosseguiu o presidente. “O nosso lema é o seguinte: é preciso garantir que todas as pessoas consigam viver dignamente. Por isso, temos de repartir o pão de cada dia em igualdade de condições.”

Piso para saúde e educação

Lula também refutou qualquer possibilidade de alteração no piso mínimo para investimentos em educação e saúde. “Se você quiser investir na educação, não tem jeito: tem que contratar professor, funcionário, fazer mais laboratórios e salas de aula. Nós vamos continuar investindo em educação e em saúde”, disse o petista.

Lula afirmou, ainda, que, em sua avaliação, o gasto em seu governo “está bem feito”, embora possam ser realizados alguns ajustes.

“O orçamento da União é um bolo de arrecadação e você tem de distribuí-lo. No Brasil, habitualmente, não se faz política social, e nós queremos fazer política de inclusão social que permita que as pessoas tenham possibilidade de crescer. Temos de saber se o gasto está sendo bem feito, e eu acho que está. Nós agora estamos fazendo uma análise sobre onde tem gasto exagerado, com muita tranquilidade, sem levar em conta o nervosismo do mercado”, afirmou Lula.

Fonte: InfoMoney

Militares tentam dar golpe de Estado na Bolívia e invadem palácio do governo, mas ato fracassa

A Bolívia sofreu uma tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-comandante do Exército do país, nesta quarta-feira (26). Tanques do Exército e militares armados chegaram a invadir um palácio do governo, em La Paz. No entanto, o ato fracassou.

Os militares ocuparam o Palácio Quemado, que foi usado como palácio presidencial até 2020, além de uma praça que fica em frente ao edifício histórico. O presidente boliviano, Luis Arce, não estava no local.

A tentativa de golpe na Bolívia é a segunda em cinco anos e foi arquitetada pelo general Juan José Zúñiga. Ele acabou sendo preso e acusou Arce a orquestrar o ato.

Até a última atualização desta reportagem, o presidente boliviano não havia se manifestado sobre a acusação.

Na terça-feira (25), Zúñiga foi destituído do cargo de comandante-geral do Exército após fazer ameaças ao ex-presidente Evo Morales. O general afirmou que prenderia Morales caso o ex-presidente voltasse ao poder.

Após cerca de quatro horas de tensões, que incluíram uma discussão entre Luis Arce e Zuñiga, o movimento foi desmobilizado por ordem do presidente. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento da discussão.

Desmobilização

Em pronunciamento, Arce anunciou que estava destituindo os outros dois comandantes da Marinha e da Força Aérea, nomeando novos chefes para as Forças.

O novo comandante do Exército, nomeado nesta terça por Arce, ordenou oficialmente a desmobilização das tropas rebeldes. Cerca de três horas depois da invasão, os tanques se retiraram do palácio e da Praça Murillo, que fica em frente ao edifício histórico.

Zuñiga disse a TVs locais que o movimento era uma “tentativa de restaurar a democracia” na Bolívia e de “libertar prisioneiros políticos”. No entanto, a tentativa de golpe foi fortemente condenada até por adversários políticos de Arce, como a ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez.

A Suprema Corte da Bolívia também condenou a tentativa de golpe e pediu à comunidade internacional que se mantenha “vigilante em apoio a democracia na Bolívia”.

A Procuradoria-Geral da Bolívia anunciou que abriu uma investigação contra Zuñiga e os militares que participaram da tentativa de golpe. O general também se tornou alvo de um processo judicial aberto por senadores bolivianos.

Fonte: G1