Advogada desaparecida teria forjado o próprio sequestro com ajuda do ‘amante’; entenda

As investigações acerca do desaparecimento da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, revelaram que teria participado do plano para forjar o próprio sequestro com ajuda do amante, o  sequestrador Lourival Correa Netto Fatiga, que já está preso. As informações são da rádio CBN.

Segundo Polícia Civil do Rio de Janeiro, o suposto sequestro de Anic tinha o objetivo de extorquir Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, marido da vítima.

Anic está desaparecida desde 29 de fevereiro após sair a pé de um shopping em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. A família dela pagou R$ 4,6 milhões, exigidos em dólares, reais e bitcoins, no dia 11 de março de 2024.

Investigações

A polícia descobriu que o celular usado por Anic antes de desaparecer tinha um chip com o nome de Lourival. Ela ainda teria usado este número de celular para falar com ele e encontrá-lo fora do shopping, local onde foi vista pela última vez.

Já Lourival usava um chip no nome de Benjamin, marido da vítima. O número foi usado como sendo do ‘suposto sequestrador’ para enviar mensagens ao marido da vítima anunciando o sequestro.

O sequestrador desligou o próprio telefone celular no dia do sequestro, entre 09h19 e 15h36, e usou o chip no nome da vítima. A investigação apontou que o telefone fez o mesmo caminho que o carro de Lourival até encontrar com Anic. A hipótese é que a vítima tenha deixado o shopping a bordo do veículo de Lourival.

A polícia também analisou vídeo do estacionamento do shopping e identificou Anic colocando algo embaixo do banco do carro.  O objeto seria o celular da vítima, que posteriormente foi encontrado por Benjamin.

Prisões

Quatro pessoas foram detidas, incluindo Lourival Correa Netto Fadiga, apontado pela Polícia Civil e pelo MPRJ como o mentor do sequestro. Amigo da família por três anos, Lourival apresentou-se falsamente como policial federal. Dois filhos de Lourival e uma ex-namorada dele também estão presos por suspeita de envolvimento no crime.

Um comerciante de Foz do Iguaçu, para onde Lourival e Benjamim viajaram juntos, afirmou que Anic e Lourival se apresentavam como namorados e que já os viu se beijando várias vezes. A investigação sugere que Anic, devido a esse relacionamento extraconjugal, pode ter inicialmente concordado com o plano criminoso de Lourival.

Fonte: Terra

STF anula decisões proferidas pela Lava-Jato contra Marcelo Odebrecht

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou nesta terça-feira (21) todos os atos praticados pela 13ª Vara Federal de Curitiba contra Marcelo Bahia Odebrecht durante a Operação Lava-Jato, quando o ex-juiz Sérgio Moro estava à frente do caso. O acordo de colaboração firmado por ele sobre o esquema de pagamento de propina a empreiteiras, contudo, segue válido.

O ministro determinou ainda o trancamento de todos os procedimentos penais instauradas contra o empresário, herdeiro da Odebrecht e atual Novonor.

Em sua decisão, Toffoli considerou que integrantes da Lava-Jato, atuando em conluio, ignoraram o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa e a própria institucionalidade para garantir seus objetivos — pessoais e políticos —, o que não se pode admitir em um Estado Democrático de Direito.

“Diante do conteúdo dos frequentes diálogos entre magistrado e procurador especificamente sobre o requerente, bem como sobre as empresas que ele presidia, fica clara a mistura da função de acusação com a de julgar, corroendo-se as bases do processo penal democrático”, afirmou Toffoli.

Segundo o ministro, a prisão de Marcelo Odebrecht, a ameaça dirigida a seus familiares, a necessidade de desistência do direito de defesa como condição para obter a liberdade e a pressão retratada por seu advogado “estão fartamente demonstradas nos diálogos obtidos por meio da Operação Spoofing”, o que atesta que magistrado e procuradores de Curitiba desrespeitaram o devido processo legal, agiram com parcialidade e fora de sua esfera de competência.

Além disso, Toffoli destacou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em recente relatório de correição realizada pelo ministro Luís Felipe Salomão, na qualidade de Corregedor-Nacional de Justiça, revelou a gestão absolutamente caótica dos recursos oriundos da Operação Lava-Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba.

A decisão de Toffoli tem efeitos imediatos e só será alvo de análise no futuro se houver um recurso. Se isso acontecer, o tema pode voltar a ser analisado pela segunda turma do STF.

Toffolli também registrou em decisão que “o estudo mais aprofundado” da troca de mensagens entre Ministério Público e a vara de Sérgio Moro ” revelou um complexo sistema de captura do Poder Judiciário e do Ministério Público para o desenvolvimento de projetos pessoais e políticos”.

Fonte: O Globo