O secretário estadual da Fazenda, Wilson José de Paula, apresentou nesta quarta-feira (8), na Comissão de Finanças, Orçamento e Legislação da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), os relatórios de gestão fiscal e o resumido de execução orçamentária relativos ao ano de 2022, conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal. Durante a reunião, presidida pela deputada estadual Débora Almeida (PSDB), o secretário explicou como a atual gestão recebeu as contas do governo Paulo Câmara (sem partido), alertou para os resultados de déficit registrados e para o fato de que os números do exercício passado levarão à redução do selo de Capacidade de Pagamento (Capag) avaliado pela Secretaria do Tesouro Nacional de “B” para “C”.
O gestor ressaltou que a atual gestão trabalha com a redução de gastos desnecessários e melhoria do ambiente de negócios como caminhos para reverter a situação. “Em 2022, o Estado de Pernambuco gastou mais do que arrecadou, teve um desequilíbrio fiscal, e entregou um orçamento para 2023 com pelo menos R$ 6 bilhões a menos, ou seja, tem unidades cujo orçamento vai até agosto. São números que estão postos, publicados e agora levados à Alepe”, disse Wilson.
Nos relatórios apresentados, publicados no Diário Oficial do Estado, registra-se no fechamento das contas de 2022 um déficit orçamentário de R$ 28 milhões e um déficit primário de R$ 567 milhões, quase R$ 1 bilhão distante da meta pactuada pela gestão anterior, que era de superávit de R$ 439 milhões. No consolidado estadual, os restos a pagar somaram R$ 981 milhões, sendo R$ 950 milhões apenas do Poder Executivo.
Ao considerar todos os poderes, segundo o secretário, o caixa no dia 31 de dezembro de 2022 fechou com R$ 550 milhões de recursos não vinculados, ou seja, livres para qualquer tipo de gasto. Já em relação ao Governo de Pernambuco, a disponibilidade não vinculada foi de R$ 395 milhões.
Wilson explicou que os recursos depositados em caixa na transição para gastos livres foram utilizados ainda na primeira semana para pagamento de despesas já contratadas e comparou as disponibilidades registradas em 31 de dezembro 2022 em Pernambuco (R$ 550 milhões) com a situação de estados vizinhos como a Paraíba (R$ 3,95 bilhões), o Ceará (R$ 3,17 bilhões) e a Bahia (R$ 4,95 bilhões).
O secretário explicou que os resultados de 2022 levarão à redução do selo Capag de “B” para “C” porque os números impactam diretamente em dois dos três parâmetros avaliados pela Secretaria do Tesouro Nacional – o índice de liquidez e a poupança corrente. “Essa é a fotografia de 2022 e os números estão dados. Agora nós estamos trabalhando para entregar um 2023 diferente, com equilíbrio fiscal”, explicou.
Fonte: Diario de Pernambuco