O processo democrático exige dos atores políticos a coragem de tomar decisões e escolher caminhos, através de seus projetos de sociedade, de suas estratégias e táticas políticas.
A correlação de forças, por outro lado, define objetivamente os rumos e as forças políticas que hegemonizarão estes processos.
No Brasil, após muitos anos, a esquerda, liderada pelo Partido dos Trabalhadores, venceu a eleição nacional em 2002, tendo como candidato e referência maior, o companheiro Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta luta, juntaram-se partidos e forças políticas as mais diversas (PCdoB, PSB, PMDB, PL, PRB, PDT, PTN, PSC,PR).
A partir daí, o País tem vivenciado um ciclo virtuoso. Os números e fatos demonstram sobejamente as profundas mudanças que o Brasil (e principalmente seu povo) vem experimentando.
Os dois governos comandados pelo presidente Lula e o governo comandado pela presidenta Dilma, produziram um novo e vigoroso País. Não há um só estado, um só município, uma só localidade, uma só família neste País continental que não seja testemunha ou beneficiário de obras ou políticas públicas do Governo Federal.
Em Pernambuco, a presença dos nossos governos é absoluta e diretamente proporcional ao dinamismo vivenciado pelo nosso povo, nestes últimos 10 anos. Obras como a duplicação da BR 101, das BRs 104 e 408, da Refinaria, do Estaleiro, da HEMOBRAS, da FIAT, da transposição do Rio São Francisco e de suas adutoras, da Transnordestina, movimentam a economia pernambucana e geram milhares de empregos diretos e indiretos.
As políticas de renda mínima, o Prouni, a descentralização das universidades federais e a expansão da oferta de escolas técnicas e o fortalecimento da agricultura familiar, têm sido responsáveis pela democratização do ensino superior e pela redução da pobreza no campo e na cidade.
A decisão estratégica do presidente Lula de disseminar o desenvolvimento em todo o território nacional, sobretudo nas áreas historicamente relegadas a plano inferior pelos governos que lhes antecederam, só foi viável pelo imenso apoio da base aliada, em especial dos governos estaduais e municipais.
O governo Eduardo Campos se viabilizou através destes investimentos federais, ampliando sua dimensão através de projetos e obras em diversas regiões do estado.
Entretanto, o PSB (partido do governador e por ele comandado) vem já há algum tempo buscando construir um caminho próprio, dando sinais, no início mais tímidos, e mais recentemente explícitos, de que está em curso um deslocamento de forças no âmbito da frente política que vem governando o País e o Estado com tantos resultados positivos alcançados. Fatos recentes tornam evidentes esse deslocamento : o ingresso na base de sustentação do Governador, do PMDB ligado ao Senador Jarbas Vasconcelos, ao qual se incorporaram parcelas das lideranças do DEM, antigo PFL; a entrega dos cargos que ocupava no Governo Federal; o assédio a lideranças do PT para engrossar os quadros do PSB e a filiação da ex-senadora Marina Silva e sua Rede Sustentabilidade, ao PSB, em cujo discurso no ato de filiação teceu duras críticas ao PT. Caberá ao povo julgar todas essas mudanças.
Ao PT está colocado o desafio de se reposicionar nesse novo cenário, costurar um amplo acordo interno que seja capaz de empolgar a nossa militância para defender o seu legado, consolidar a sua autonomia e construir as bases para a reeleição da Presidenta Dilma.
Portanto o Diretório Regional do PT em Pernambuco, reunido no dia 20 de outubro de 2013, delibera:
1 – a imediata saída dos nossos militantes e dirigentes dos cargos ocupados, a qualquer título, no Governo Estadual e nas prefeituras, nas quais candidatos do PSB disputaram com os do PT, como Recife e Paulista. A medida é fundamental para garantir a autonomia e a liberdade de ação do PT na conjuntura estadual;
2 – nos demais municípios, onde as eleições foram disputadas em alianças com o PSB, delegamos aos nossos dirigentes locais a tarefa de decidir, em primeira instância, como nos comportaremos, tendo como norte o compromisso com a reeleição da presidenta Dilma e com o palanque estadual a ser construído pelo PT, mantendo-se a Executiva Estadual informada das referidas decisões, cabendo à esta convocar o Diretório Regional caso seja necessário;
3 – defender o legado dos governos do PT e seus aliados no Brasil e iniciar imediatamente as movimentações em todo o Estado nesse sentido;
4 – por fim, ampliar o fortalecimento do PT no nosso Estado e a definição de uma tática eleitoral que una o partido visando a eleição estadual de 2014, tendo como compromissos estratégicos a reeleição da presidenta Dilma e a construção de alternativa, inclusive própria, para o Governo pernambucano, sintonizado com as novas demandas da sociedade.